EGIPTO: Apesar de a situação no país ter melhorado, Bispo de Assiut fala em “ameaça contínua” sobre os Cristãos

Há uma melhoria geral da situação de segurança no Egipto, garante o Bispo copta católico de Assiut em declarações à Fundação AIS. No entanto, persistem ameaças constantes sobre a comunidade cristã, provenientes de grupos extremistas islâmicos que continuam a encarar os Cristãos como se fossem cidadãos inferiores.

“Os ataques perpetrados pelos islâmicos ocorrem de tempos a tempos, mas o objectivo não é apenas atacar os cristãos, mas também o governo egípcio”, explicou o prelado à Ajuda à Igreja que Sofre. “É uma maneira de dizer aos cristãos: ‘o governo não vos pode proteger. Deveriam abandonar o Egipto’.”

Para D. Kyrillos Kamal Samaan, os grupos radicais islâmicos continuam a querer implantar um Estado Islâmico na região. “Mas isso nunca se concretizará no Egipto”, assegura, explicando que cristãos e muçulmanos não radicais “estão muito unidos” e são, por isso, um obstáculo às pretensões dos terroristas.

Se a situação em geral é mais serena em matéria de segurança, isso deve-se também à actuação do presidente, o marechal al Sissi. “Ele mostra boa vontade para com os Cristãos”, diz o Bispo, revelando com isso ser “o presidente de todos os egípcios”.

Apesar de tudo, há ainda muito a fazer na promoção social dos Cristãos. “Desde 1952, reina uma mentalidade segundo a qual os cristãos são cidadãos de segunda classe.” Exemplo disso, dessa mentalidade que desvaloriza os cristãos no plano social, está o facto de continuarem a “ocorrer sequestros de jovens raparigas coptas” perante a ineficácia das autoridades. Isso acontece sobretudo nas regiões onde os grupos islâmicos são mais fortes.

“No entanto”, a nível geral, “as coisas estão a melhorar”, garante o prelado, dando alguns exemplos, nomeadamente ao nível da edificação de templos. “Construir igrejas é mais fácil do que antes: não precisamos mais ter de esperar anos para que uma igreja seja construída”.

Esta mudança é muito significativa pois vem terminar com uma regra, que perdurava há mais de 160 anos, que impunha aos Cristãos a obtenção de uma permissão do próprio Chefe de Estado para a construção de novas igrejas.

D. Kyrillos deixou ainda uma palavra de grande apreço pelo papel que a Fundação AIS está a desempenhar no apoio directo à comunidade cristã no Egipto. “Agradecemos a todos os benfeitores da AIS” a ajuda que tem permitido “realizar o sonho de manter os cristãos no Médio Oriente”.


Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal


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