A PALAVRA AO NOSSO ARCEBISPO: O DESAFIO DO VOLUNTARIADO

Ainda no rescaldo do Dia Internacional do Voluntariado ao Serviço do Desenvolvimento Económico e Social da Humanidade, marcado pela ONU em Dezembro de 1985 para o dia 5 de Dezembro de cada ano, portanto celebrado ontem, percebemos que apesar do crescimento do voluntariado em número de instituições e de voluntários, Portugal segundo as estatísticas ditas oficiais é ainda um país com reduzida cultura de voluntariado no contexto dos países europeus. Eis um desafio que importa acolher como Cristãos, entre as nossas diversas opções de cidadania. Sim, aos cristãos importa responder a tudo o que é apelo para servir e possa contribuir para a humanização. À maneira de Cristo, estamos para servir e não para ser servidos.
Aproveito para saudar os muitos milhares de voluntários eclesiais que sem estatuto oficial de voluntários o são de facto: milhares de catequistas; milhares de escuteiros; milhares de visitadores de doentes, idosos e sós; milhares de coralistas; milhares de cuidadores e zeladores gratuitos de igrejas e capelas, parte muito significativa do nosso património artístico, tão decisivo para o êxito turístico que todos aplaudimos e do qual beneficiamos; centenas de Servitas e muitos outros voluntários em apoio dos milhões de peregrinos que do mundo inteiro acorrem a Fátima e a outros Santuários e Igrejas do país; milhares de paroquianos que aderem aos apelos dominicais dos seus párocos para constituírem as equipas de recolha de alimentos para o Banco Alimentar Contra a Fome, para o peditório nacional da Caritas, para o Dia Mundial das Missões, para os roupeiros sociais, para os cabazes que inúmeras paróquias oferecem a famílias carenciadas, etc.
O meu OBRIGADO a este país de voluntários e ainda com activa vizinhança, é de um pastor da Igreja e não de um político, porém devo recordar que os voluntários cristãos também são cidadãos e por isso fazem parte dos voluntariados do nosso país e assim sendo, afinal somos muitos! Portugal continua a ser um país de voluntários! Que a noção de voluntariado não seja ideológicamente redutora, pois isso contradiz a essência plural, aglutinadora e aberta da própria noção de voluntariado.
Évora, 6 de Dezembro de 2018
+ Francisco, Arcebispo de Évora

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