Teresa Salgueiro leva “O Horizonte e a Memória” ao Monsaraz Museu Aberto

A bienal cultural Monsaraz Museu Aberto abriu no dia 13 de julho na vila medieval com um programa dedicado à paisagem cultural. Na sexta-feira, dia 20 de julho, prosseguem os espetáculos musicais com a atuação do AR Quarteto, pelas 19h, no jardim da Casa da Universidade de Évora. O grupo é formado por Daniela Melo (voz), André Rosário (guitarra), Diogo Aléxis (contrabaixo) e Samuel Dias (bateria) e vão apresentar um reportório com clássicos de Jazz e Bossa Nova, com espaço para o diálogo e a improvisação.

A partir das 22h, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, Teresa Salgueiro leva a Monsaraz “O Horizonte e a Memória”. Neste concerto, Teresa Salgueiro vai interpretar as músicas mais conhecidas do seu percurso na voz dos Madredeus, mas também dos seus discos a solo, desde “O Mistério” ao mais recente “O Horizonte”.

A cantora vai ainda prestar homenagem a Amália Rodrigues, a José Afonso e a Carlos Paredes, entre outros. Teresa Salgueiro refere que “o conceito que suporta este novo espetáculo cristaliza-se na relação estreita e indivisível entre o horizonte e a memória que nos impele e simultaneamente nos ampara”.

No dia 21 de julho, pelas 9h, decorre o Dia Aberto do complexo arqueológico dos Perdigões. O programa integra uma visita às escavações, ao Museu dos Perdigões, uma palestra na Torre do Esporão intitulada “Rumando a um local sagrado: locais e estrangeiros nos Perdigões” e um almoço neolítico acompanhado de seleção de vinhos da Herdade do Esporão.

Às 16h realiza-se um espetáculo de marionetas com os Robertos Santa Bárbara. O marionetista Vitor Costa apresenta as peças “O Barbeiro” e “A Tourada”.

Pelas 16h30 decorre no Observatório do Lago Alqueva a iniciativa Astrónomos de Palmo e Meio com o tema “Peso e massa, afinal o que são?”. Às 19h, no jardim da Casa da Universidade, a Orquestra de Câmara do Alentejo vai interpretar “A História do Soldado”, com música de Igor Stravinsky.

Esta orquestra é um projeto que reúne 36 jovens músicos e é dirigida por João Defeza. O ensemble é composto por André Conde (trombone), Daniel Faria (fagote), Hélio Ramalho (trompete), João Ramalho (percussão), Ricardo Mendes (violino), Romeu Santos (contrabaixo), Tiago Menino (clarinete) e Filipe Crawford (narrador). Musicalmente, “A História do Soldado” ocupa um lugar importante na produção de Stravinsky e na história da música do século XX.

Às 22h, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, haverá Tango e Folclore Argentino com a orquestra Arcos de Buenos Aires Tango Show. Walter Carranza, violinista e diretor da orquestra, apresenta um espetáculo com um misto de cor e ritmos em que o Malambo, a Cueca, a Chacarera e a Zamba se misturam com o som e a dança vibrantes do Tango com quatro bailarinos em palco. A orquestra é formada por quatro violinos, duas violas, dois violoncelos e um contrabaixo.

No domingo, pelas 21h, junto ao monumento ao Cante, realiza-se a Gala das 7 Maravilhas à Mesa, que será transmitida em direto na RTP1. Nesta gala vai estar a mesa promovida pelo Município de Reguengos de Monsaraz, com a gastronomia, o vinho e um roteiro turístico propostos pelo Restaurante Sabores de Monsaraz.

O festival Monsaraz Museu Aberto pretende abordar o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo. Este certame cultural organizado desde 1986 pelo Município de Reguengos de Monsaraz e que a partir de 1998 se começou a realizar com periodicidade bienal está a decorrer até ao dia 29 de julho em Monsaraz com entrada gratuita em todos os espetáculos.

No dia 24 de julho, a partir das 9h, realiza-se o Dia Aberto para as crianças no complexo arqueológico dos Perdigões. O programa terá a visita às escavações arqueológicas, ao Museu dos Perdigões e a iniciativa “Uma viagem pela Pré-história – vem ver e experimentar como se vivia na Pré-história”. No dia seguinte, à mesma hora, decorrerá o Dia Aberto para jovens, integrando igualmente a visita ao complexo arqueológico e ao museu, mas também a iniciativa “Grava a tua placa de xisto – Experimenta técnicas pré-históricas com as tuas próprias mãos”.

A programação do último fim de semana do Monsaraz Museu Aberto inicia-se na sexta-feira, dia 27 de julho, às 18h30, no Observatório do Lago Alqueva, com Astrónomos de Palmo e Meio, que vai abordar o tema “Eclipse Total Lunar e Oposição de Marte”. A partir das 22h decorre o espetáculo Alentejo Coral Jovem.

No Largo D. Nuno Álvares Pereira atuam o Grupo Coral Carpe Diem e o Grupo Coral Moços da Aldêa, ambos de Cabeça Gorda, o Grupo Coral Os Bel’Aurora de Campinho, o Grupo Coral Juvenil da Aldeia dos Fernandes e o Grupo Coral Os Rama Verde, de Vila Nova da Baronia. O espetáculo terá como padrinho o grupo Os Vocalistas, que também vai cantar nesta noite.

No dia 28 de julho, às 16h30, o Observatório do Lago Alqueva organiza mais uma iniciativa Astrónomos de Palmo e Meio, desta vez sobre “Tiro ao alvo: Entender a formação de crateras na Lua”. Pelas 19h desfilam pela vila medieval os grupos corais que vão cantar a partir das 22h na Gala do Cante.

Neste espetáculo, que vai decorrer no Largo D. Nuno Álvares Pereira, atuam o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, os Mineiros de Aljustrel, a fadista Maria Emília, o poeta Manuel Sérgio e o guitarrista José Farinha. O festival vai encerrar no dia 29 de julho, pelas 18h, no Largo do Castelo, com a atuação de grupos corais no evento O Vinho do Trabalho.

Exposições
O Monsaraz Museu Aberto tem exposições patentes diariamente durante as três semanas do festival, que poderão ser apreciadas de segunda a quinta-feira das 10h às 13h e entre as 14h e as 22h, e nos restantes dias nos mesmos horários, mas com encerramento às 23h.

A Igreja de Santiago – Galeria de Arte recebe a exposição de fotografia “Now and Ever Oliveiras”, de Renée Gagnon. Nesta mostra, a artista apresenta 14 fotografias de oliveiras, modificadas na impressão digital e trabalhadas posteriormente com lápis de cera, guache e aguarela. Renée Gagnon fotografou oliveiras com mais de quatro mil anos de idade na Sardenha, no sul de Barcelona registou a maior concentração de oliveiras milenares, com mais de 4.200 exemplares, mas também retratou as oliveiras de Creta e do Alentejo.

A artista apresenta mais uma exposição de fotografia no festival, nas ruas de Monsaraz, intitulada “Menires, Calçadas e Aldeias”. Nesta mostra com 22 fotografias, Renée Gagnon retratou, entre outras, a muralha e a calçada antiga de Monsaraz, a Rocha dos Namorados, S. Pedro do Corval e os ninhos de andorinhas na Igreja Matriz desta localidade, a ponte sobre a Ribeira da Pega, a calçada romana, o Menir do Barrocal, o Cromeleque do Xerez, o Menir do Outeiro, a Anta do Olival da Pega e a cidade de Reguengos de Monsaraz.

“Instrumentos de tortura da Idade Média à Idade Moderna” é o título da exposição da Minerarte que está patente na Praça de Armas do Castelo de Monsaraz. Nesta mostra podem ser apreciadas cerca de 40 réplicas de instrumentos de tortura em uso na Idade Média e no Renascimento, acompanhadas por mais de 20 cartazes descritivos das peças expostas. Há ainda uma zona específica sobre a Inquisição em Portugal, métodos de tortura utilizados pelos inquisidores e um espaço sobre os judeus sefarditas e cristãos-novos, principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício.

Na Casa Monsaraz está patente uma exposição de pintura de Ana Rita Janeiro, intitulada “Reguengos de Monsaraz – Alentejo Puro”. A autora aborda o património material e imaterial de Reguengos de Monsaraz, terra que representa, aos olhos da artista, todas as riquezas que dão fama mundial ao Alentejo.

“O pão, o forno e o forneiro” é o título da exposição de fotografias que está na Casa do Forno. Nesta mostra é explicado em imagens como se processava a gestão do forno comunitário e o trabalho do forneiro.

A exposição “Monsaraz Medieval: o sistema defensivo” pode ser apreciada no Museu do Fresco. Através de fotografias e vídeos é descoberta a Monsaraz medieval, a sua história, o seu termo, os edifícios, o castelo e as suas cercas envolventes que durante séculos defenderam e protegeram as suas gentes. No Museu do Fresco há também uma maquete tridimensional de Monsaraz com as várias fases da construção do seu sistema defensivo entre os séculos XII e XV.

No Centro Interativo da História Judaica em Monsaraz, que resultou da requalificação da Casa da Inquisição, encontra-se documentada aantiguidade da minoria hebraica desta vila, num espaço que pretende ser não só um lugar onde possa confluir essa informação, mas sobretudo, que seja gerador de ideias para a interpretação e entendimento da história e das gentes do concelho enquanto produto e memória. Existem, com alguma precisão, provas documentais e arqueológicas que atestam a subsistência de uma próspera comunidade judaica em Monsaraz, tal como indica, por exemplo, o foral concedido por D. Afonso III em 1276.

Roteiro gastronómico e “experiências” nos agentes turísticos
A bienal cultural propõe pelo terceiro ano um roteiro gastronómico com o menu Monsaraz Museu Aberto em seis restaurantes da freguesia de Monsaraz. Por 15 euros, os visitantes podem degustar um menu (entradas, prato e sobremesa) diversificado nos restaurantes O Bizaca, Casa do Forno, Casa Modesta, Sem-fim, Taverna Os Templários e Xarez.

Os agentes turísticos da região prepararam diversas atividades para os visitantes desfrutarem durante o Monsaraz Museu Aberto. Assim, propõem um conjunto de “experiências”, nomeadamente visitar a horta biológica e a exposição do Monte do Laranjal, provas de vinho, passeios e caça ao tesouro no Hotel São Lourenço do Barrocal, observações astronómicas na Casa Saramago e no Observatório do Lago Alqueva, passeios de barco e visita ao museu do azeite no restaurante Sem-Fim e ver pôr do sol com vista panorâmica para a planície na Casa D. Nuno. Haverá também uma exposição e pintura ao vivo na Galeria Monsaraz, passeios de barco e massagem hídrica na Casa D. Antónia, passeios a pé e de bicicleta pelo olival da pêga através da unidade de turismo Vila Planície e visitas ao Museu Mestre Batista, à Casa do Cante e à Casa do Barro – Centro Interpretativo da Olaria de S. Pedro do Corval.

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