
O arranque desta 14.ª edição do
TSS vai ser já a 17 de Fevereiro. É marcado pelo regresso ao concelho de
Vidigueira, na igreja matriz de Vila de Frades, às 21h30, com o Vaszy Viktor
Kamarakórus (o Coro de Câmara da Ópera Nacional e da Catedral de Szeged), sob a
direcção de Sándor Gyüdi. A iniciativa resulta da parceria do Festival com a
Câmara Municipal e a Adega Cooperativa locais, além do Turismo do Alentejo e do
Ministério da Cultura.
Fundado no ano de 1958 em Szeged,
a terceira cidade da Hungria, país em que a música coral é alvo de grande
apreço, o Vaszy Viktor Kamarakórus tem pisado os principais palcos do mundo. O
maestro Sándor Gyüdi, detentor de importantes prémios e de extensa discografia,
constitui uma referência internacional para quem gosta de polifonia, desde a
tradição gregoriana até aos maiores compositores sacros da actualidade.
Se a música é o fio condutor
deste festival, o Terras sem Sombra propõe uma experiência aberta a todos os
sentidos, convidando os espectadores a adentrarem-se no coração do Alentejo.
Cada fim-de-semana oferece um programa aliciante, que associa notáveis
repertórios e intérpretes à visita a monumentos extraordinários, geralmente
inacessíveis ao público, e à participação em acções de salvaguarda da
biodiversidade.
Na Vidigueira, “terroir” de
sublimes vinhos, cultura e natureza andam de mãos dadas ao longo de paisagens
de cortar a respiração.
A tarde de sábado, 17, é
dedicada, a partir das 14h30, a conhecer uma propriedade particular, o convento
carmelita de Nossa Senhora das Relíquias (Quinta do Carmo). Vasco da Gama, o
célebre navegador, 1.º conde de Vidigueira, faleceu em Cochim, na Índia, em
1524. Os restos mortais do almirante vieram para a igreja deste convento, em
1539, e aí estiveram até à sua trasladação para o mosteiro dos Jerónimos, em
1880. Cuidadosamente preservada, a velha casa religiosa é um tesouro de arte. A
orientação da visita está a cargo dos proprietários, Mário, Susana e Filipa
Maia e Silva, e do arquitecto José António Falcão.
A manhã do dia 18, das 10h00 em
diante, é votada às tradições vitivinícolas da região, com raízes na época
romana e que os monges beneditinos (depois, os cónegos regrantes), detentores
de vastas propriedades nesta zona, apuraram. Sob a orientação de Virgílio
Loureiro, professor no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, e José Miguel
Almeida, agrónomo e presidente da Adega Cooperativa, mas também de produtores,
como Joaquim Galante de Carvalho e Arlindo Ruivo, vão ser percorridas vinhas
centenárias, de onde provém a uva utilizada no célebre vinho de talha ou
“petroleiro” – um vinho medieval feito com tecnologia romana. Participar na
poda, na época própria para isso, e confrontar práticas antigas e modernas, eis
o desafio lançado aos voluntários do Festival.
Nascido em 2003, o projecto
Terras sem Sombra resulta de uma iniciativa da sociedade civil. Tem como
promotora a associação Pedra Angular e resulta da parceria entre várias
entidades. O festival itinera nos concelhos de Sines, Santiago do Cacém,
Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Mértola, Barrancos, Elvas e Beja, de 17
de Fevereiro a 8 de Julho. Todas as actividades são de acesso livre.
Vidigueira
17 de Fevereiro
[15h00]
“Um Panteão para D. Vasco da
Gama: O Convento de Nossa Senhora das Relíquias”
Colaboração: Quinta do Carmo
Apoio: Câmara Municipal de
vidigueira; Centro UNESCO de Arquitectura e Arte
Vila de Frades
17 de Fevereiro
[21h30]
Igreja Matriz de São Cucufate
“O vos omnes: Música Sacra
Húngara dos Séculos XIX-XXI”
Vaszy Viktor Kamarakórus
Director musical – Sándor Gyüdi
Vila de frades
18 de Fevereiro
[10h00]
“Da Época Romana ao Século XXI:
Tradições Vitivinícolas no Terroir Vidigueirense”
Colaboração: Adega Cooperativa de
Vidigueira, Cuba e Alvito; Vidigueira Winelands
Apoio: Câmara Municipal de
Vidigueira
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