RD CONGO: Igreja denuncia “escalada da violência” que provocou dezenas de mortos em menos de uma semana

Pelo menos 60 pessoas morreram em apenas nove dias (de 2 a 10 de Fevereiro) em resultado de conflitos no leste da República Democrática do Congo.

Segundo a Diocese da Província de Ituri, citada pela agência de notícias EFE, esta onda de violência provocou ainda a fuga de milhares de pessoas (vinte mil deslocados internos, recenseados pela Caritas Bunia, e 60 mil refugiados no Uganda), e terão sido queimadas mais de duas mil casas.

O Bispo de Bunia, D. Dieudonné Uringi, afirmou, em comunicado, que a Igreja não pode permanecer em silêncio diante da “escalada de violência e desordem na região”, tendo denunciado a passividade com que as autoridades reagiram a estes incidentes.

Estes incidentes na República Democrática do Congo são o resultado da recusa do Presidente Joseph Kabila em abandonar o cargo, depois de o seu mandato ter terminado em Dezembro de 2016.

A Conferência Episcopal do país tem denunciado o clima de violência contra os cristãos, tendo-se registado, inclusivamente, adetenção de sacerdotes, como, aliás, a Fundação AIS noticiou recentemente em relação ao Padre Sebastian Yebo.

A situação complexa, violenta e trágica que se vive na República Democrática do Congo tem sido também denunciada pelo Santo Padre, que convocou para 23 de Fevereiro um “Dia de Jejum e Oração pela Paz”, para este país assim como para o Sudão do Sul, afirmando que, perante a continuação de tantos conflitos em tantas partes do mundo, é necessário agir e rezar.

Na mensagem em que convocou os católicos e todas as pessoas de boa vontade para esta jornada de oração e jejum, o Pontífice lançou um apelo à consciência da humanidade. “O que eu posso fazer pela paz? Certamente podemos rezar; mas não só. Cada um pode dizer concretamente ‘não’ à violência naquilo que depender dele ou dela. Porque as vitórias obtidas com a violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz faz bem a todos!”

E o desafio foi lançado mesmo a todas as pessoas em todo o mundo. “Como em outras ocasiões similares – afirmou o Santo Padre no domingo, dia 4 de Fevereiro –, convido também os irmãos e irmãs não católicos e não cristãos para se associarem a esta iniciativa da maneira que considerarem mais oportuna, mas todos juntos.”
Foto © DR | Veja a situação da liberdade religiosa nRDCONGO no RELATÓRIO SOBRE A LIBERDADE RELIGIOSA

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Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

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