Papa afirma, em encontro com Bispos caldeus no Vaticano, que deseja visitar o Iraque

O Papa Francisco assegurou, num encontro realizado na semana passada em Roma, com Bispos caldeus, o desejo de visitar o Iraque.

A revelação é de D. Louis Raphael Sako, Patriarca caldeu da Igreja iraquiana, num encontro com jornalistas em evento promovido pela Fundação AIS também na capital italiana.

“Ele disse-nos: ‘Estou pronto para ir ao Iraque’” – confidenciou o prelado aos jornalistas presentes no evento. Segundo D. Sako, o Santo Padre confessou esta disponibilidade que foi recebida com muito apreço pelos bispos sírios e iraquianos presentes no encontro.

No entanto, a situação que se vive no Iraque desaconselha, nesta altura, a viagem do Santo Padre, embora, como também confessou o Patriarca caldeu, tenha sido esboçada a possibilidade de um programa apenas “para uma visita de um dia”.

Falando aos jornalistas no final de um encontro da Fundação AIS em Roma – em que se apresentou mais uma grande iniciativa internacional para a sensibilização da sociedade para o drama da perseguição aos cristãos no mundo –, D. Louis Sako aludiu à situação instável que se vive actualmente no Iraque, com a questão curda a revelar-se um dos principais problemas a nível regional.

Porém, apesar da situação de guerra que se vive ainda na região, a verdade é que são cada vez mais as famílias cristãs que têm procurado regressar a suas casas na Planície de Nínive, em resultado de uma campanha nesse sentido que está a ser promovida pela Fundação AIS – e outras instituições – e que já é apelidada de novo “Plano Marshall”.

Mas para que esse regresso ocorra plenamente, é necessário garantir primeiro a “estabilidade” no país. O que vai acontecendo aos poucos. “A segurança aumentou no Iraque”, reconhece D. Sako, acrescentando que “os iraquianos querem reconciliar-se” uns com os outros.  

Para D. Louis Sako, o futuro do Iraque terá de ser construído sempre com base no respeito pela liberdade religiosa. Essa é uma premissa incontornável. Os cristãos fazem parte do país e isso ficou provado nos tempos recentes em que o Iraque foi atingido pela violência jihadista, protagonizada essencialmente pelo auto-proclamado “Estado Islâmico”.

Os terroristas expulsaram milhares de famílias cristãs de suas casas e deixaram um rasto impressionante de violência e destruição. No entanto, apesar das casas destruídas, das igrejas arrasadas e profanadas, os jihadistas foram incapazes de destruir a essência do cristianismo.

Por isso, salientou também este prelado, é tão importante a campanha internacional da Fundação AIS para a reconstrução das casas e das igrejas na Planície de Nínive, para que as famílias cristãs possam regressar às suas aldeias e vilas, continuando uma presença na região que se estende já por mais de dois mil anos.

Apesar da incerteza que se vive ainda no Iraque, D. Louis Sako mostrou-se optimista. Aos jornalistas, o prelado sublinhou que nunca haverá reconciliação no país enquanto persistirem desconfianças. Para o Patriarca caldeu, tudo pode mudar. E contou uma história. “Fui a um campo de refugiados sunitas. Lá, havia um imã e um xeque, um chefe tribal. Levámos-lhes quase 2 mil pacotes de comida. Um deles veio até mim e disse-me: 'Sabemos que o seu Deus é amor'. Não preciso dizer mais nada...”

D. Louis Raphael Sako, Patriarca caldeu da Igreja iraquiana, participou na capital italiana, na passada quarta-feira, dia 7 de Fevereiro, num encontro da Fundação AIS em que se apresentou à Comunicação Social a grande jornada de sensibilização da sociedade para o drama da perseguição aos cristãos no mundo em que se vai unir,“iluminando” de vermelho – a cor do sangue –, sábado, dia 24 de Fevereiro, o Coliseu de Roma, assim como a catedral maronita de Santo Elias, em Alepo, na Síria, a igreja de São Paulo, em Mossul, no Iraque, e, entre nós, o Santuário do Cristo Rei, em Almada.



Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

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