Igreja na China: Autoridades comunistas destroem igreja em Zhifang, na diocese de Xi’na

Dois dias depois do Natal, a comunidade católica de Zhifang, que pertence à diocese de Xi’na, assistiu com perplexidade à destruição da sua igreja pelas autoridades comunistas, informou a Fundação AIS – Ajuda à Igreja que Sofre.

A demolição do templo – a única igreja católica em Zhifang – surpreendeu a comunidade local pois o edifício estava legalizado, tendo obtido autorizaçã
o governamental para a sua construção em 1999 pelo Gabinete de Assuntos Religiosos que tutela estas questões na China.

"Hoje, a Igreja inocente de Zhifang foi demolida violentamente – escreveu um católico chinês através das redes sociais, segundo a agência de notícias AsiaNews – Oh, meu Deus, eles não sabem o que fazem!”.

Durante o processo de demolição do edifício, as autoridades “montaram um cerco”, afastando dessa forma a aproximação dos fiéis que pretendiam não só protestar contra a destruição da sua igreja, como resgatar o Sacrário, ornamentos litúrgicos e outros objectos valiosos relacionados com o culto.

Os fiéis de Zhifang pedem agora “respeito”pela “liberdade religiosa” no seu país, apontando assim o dedo às autoridades comunistas que se remeteram ao silêncio até agora, não tendo oferecido qualquer explicação para a demolição da igreja.

Este episódio demonstra a importância da chamada Igreja Clandestina, fiel ao Papa, e vem dar relevo à iniciativa dos cristãos da diocese de Wenzhou, que lançaram, tal como a Fundação AIS noticiou no final do mês de Dezembro, uma jornada de oração e jejum pela libertação do seu Bispo que se encontra em prisão domiciliária desde há vários meses.

Trata-se de D. Shao Zhumin que devia ter assumido a liderança dessa diocese após o falecimento de D. Zhu Weifang, a 9 de Setembro de 2016. O caso deste prelado foi mesmo considerado como “exemplo” pela Fundação AIS no último relatório sobre a perseguição aos cristãos no mundo.

Nesse relatório, intitulado “Perseguidos e Esquecidos?” – referente à perseguição aos Cristãos nos últimos dois anos –, a Fundação AIS recordava que D. Peter Shao Zhumin devia estar a liderar a Diocese de Wenzhou depois de o Vaticano o ter nomeado como Bispo Coadjutor, com direito automático de sucessão.


No entanto, desde então, D. Peter Shao Zhumin tem estado privado de liberdade e as autoridades fazem questão de o manter fisicamente longe da sua diocese, longe da comunidade cristã.

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