13 de Janeiro: Concerto de Ano Novo na Sé de Évora

O Cabido da Sé em colaboração com a editora Althum.com vem realizando concertos de música polifónica portuguesa, alternando música da escola de Évora com a escola de Lisboa. O objetivo é proporcionar um contacto com este valioso património imaterial que a Ação Litúrgica da Igreja criou entre os séc. XV e XIX e que projetou Portugal além-fronteiras. O concerto de Ano Novo integra-se neste objetivo, ainda por mais neste ano classificado com Ano Europeu do Património.
O concerto vai centrar-se no livro de coro conhecido por livro de S. Vicente, que reflete a polifonia portuguesa tardo-quinhentista. O seu nome deve-se ao facto de ter sido conservado na Igreja de S. Vicente de Fora, embora atualmente pertença ao acervo do Arquivo da Sé Patriarcal de Lisboa. O manuscrito em pergaminho foi concebido como um Ofício da Semana Santa para uso do Convento da Graça em Lisboa. Apesar de ter sofrido uma mutilação, perdendo mais de quarenta fólios, constitui presentemente um dos mais valiosos repositórios da polifonia portuguesa tardo-quinhentista, nomeadamente da obra de Frei António Carreira (c.1550/55-1599), eremita de Santo Agostinho que faleceu em Lisboa, no Convento da Graça. O Livro de São Vicente foi objeto de um estudo profundo e de uma transcrição integral por João Pedro d’Alvarenga. Várias obras nele contidas foram apresentadas em primeira audição moderna pela Capella Patriarchal, no âmbito dos concertos de Ano Novo do Patriarcado de Lisboa. O programa deste ano de 2018 reflete a prática musical no final do século XV no âmbito da liturgia do Domingo de Ramos e inclui a primeira execução moderna de algumas obras, como o Asperges me atribuído a Frei António Carreira.
O concerto será apresentado pela Capella Patriarcal, criado em 2006 e com diversas apresentações em Portugal, Espanha e Alemanha e conta já com a gravação em CD dos responsórios de 5ª feira Santa e Missa Pascal de Frei Fernando de Almeida, assim como os responsórios de 6ª feira Santa de Frei José Marques da Silva.
O maestro é o Prof. João Vaz, diplomado em órgão pela Escola de Música de Lisboa e pelo Conservatório Superior de Música de Aragão, em Saragoça, e é doutorado em Música e Musicologia pela Universidade de Évora. Conta com mais de uma dezena de gravações discográficas a solo, especialmente efetuadas em órgão históricos portugueses.
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