Studiolo XXI,
Desenho e afinidades e
Maria
Lino, Lâmina olhar animal em
exposição no Centro de Arte e Cultura Eugénio de Almeida, em Évora
até 29 de setembro.
O
Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora,
inaugurou no dia 13 de abril, duas grandes exposições: STUDIOLO
XXI - Desenho e afinidades e
Maria
Lino - Lâmina olhar animal.
Tomando
como ponto de partida o Desenho e o Objeto, o novo ciclo artístico
do Centro de Arte e Cultura – Fundação Eugénio de Almeida –
traz para a primeira linha estas duas manifestações de ordem
estética e comunicativa que, são por si, as expressões primordiais
da linguagem e manifestação artística. Desenho e objeto são assim
entendidas como a expressão primeira da linguagem artística. São
lugares de conhecimento, de realização e processos criativos. São
lugares de partida e lugares de chegada. São também lugares de
caminhada e de definição. Através
destas duas exposições torna-se possível
interrogar os caminhos da arte e pensar a sua manifestação nos dias
de hoje.
Na
exposição STUDIOLO
XXI faz-se
uma aproximação ao desenho e aos caminhos que ele
contemporaneamente percorre. Em Maria
Lino
descobre-se a obra lenta e atenta que perscruta as coisas no mundo e
o mundo nas coisas.
Ao
ritmo expositivo quase frenético de STUDIOLO
XXI,
onde se recupera o direito de se ver rodeado de
imagens-desenho-ideias que enchem de ânimo a lucidez, contrapõe-se
uma exposição unipessoal de Maria
Lino - Lâmina olhar animal.
Maria Lino traz a Évora a espessura do tempo e a cintilação do
olhar.
Nascida
em 1944, Maria Lino dividiu o seu percurso artístico entre Portugal
e a Alemanha, país onde viveu entre 1970 e 1997. De regresso a
Portugal, fixou residência em Trancoso, onde se mantém ativa,
centrada na relação com o lugar, com a natureza. O trabalho de
escultura, desenho, objetos e algum material documental (escultura em
madeira e a pedra (madeira sobretudo) revelam-nos uma artista da
ausência, a ausência de Portugal e a ausência dos centros.
Esta
exposição no Centro de Arte e Cultura Eugénio de Almeida procura a
conhecer melhor a artista e a sua obra. Para além da escultura há
lugar também para o desenho e objeto. Espaço ainda para material
documental que retrata o percurso de Maria Lino – quer pela
Alemanha quer pelo lugar distante dos centros onde decidiu fixar
residência em Portugal.
Maria
Lino, em Trancoso, implicou-se com o território e o lugar. Deu-lhe
protagonismo, centro, substância e vida. E o lugar deixou ser de
Maria Lino e passou a ser de muitos outros.
Esta
exposição é também o resultado deste lugar, mas vai mais atrás
trazendo peças criadas noutros lugares.
Nuno
Faria coordena a equipa de curadora desta exposição que ocupa o
segundo piso do Centro de Arte e Cultura Eugénio de Almeida.
No
primeiro piso, STUDIOLO
XXI convida-nos
a fazer uma caminhada estética através das obras de mais de 180
artistas, nacionais e estrangeiros. Trata-se de um percurso que nos
permite fruir a lentidão ou a fugacidade, a duração ou
sofreguidão. Nesta viagem temos oportunidade de olhar
para o estado da arte hoje e, sobretudo, para o caminho que o desenho
tem feito ao longo das últimas décadas. Neste mostra, mais de 180
artistas conhecem-se obras de Júlio
Pomar, Ana Hatherly, Álvaro Lapa, António Palolo; Albuquerque
Mendes, Cristina Ataíde, Sofia Pidell ou Sebastião Resende.
STUDIOLO
XXI
- Desenho e afinidades tem
a curadoria de Fátima Lambert.
Fátima
Lambert
Doutorada
em Filosofia Moderna e Contemporânea – Estética (1998) -
Faculdade de Filosofia Braga/ U. C. P.; Professora Coordenadora em
Estética e Educação - Escola Superior de Educação / Politécnico
do Porto (2000). Bolseira FCT - projeto “Writing and Seeing”
(2000/2004). Coordena a linha de investigação “Cultura, Artes e
Educação do InED| ESE,
onde foi diretora até 2017 e coordena vários projetos; membro de
Comissões Científicas: IHA, FCSH/UNL e das Revistas: MIDAS
(PT), Visuais –
UNICAMP – Campinas (BR), Asparkía – Universitat
Jaume I, Castellón (ES), EARI - Universitat de València (ES) e AICA
(Portugal). Curadora Independente desde 1994, privilegiando eixo
Brasil/Portugal. Keynote Speaker, comentadora e organizadora de
eventos científicos e culturais; autora de vários livros,
publicando regularmente em revistas científicas.
PROGRAMAÇÃO
PARALELA
Performance
como desenho, desenho como performance.
As
duas exposições são acompanhadas por uma vasta programação
paralela, onde se destaque a arte performativa. Entre abril e
setembro haverá obras a serem produzidas in
loco
através de gestos performativos, ou performances realizadas a partir
de desenhos.
No
dia da inauguração, a 13 de abril, Beatriz Albuquerque realiza uma
performance que dará origem a um desenho. Esta performance acontece
e permanece no espaço como objeto in
loco.
O
programa de performance conta com a participação de Beatriz
Albuquerque (que no dia 13, dia da inauguração, realiza uma
performance que dará origem a um desenho, que permanecerá no espaço
como objeto in
loco).
Algumas
obras são produzidas expressamente para a exposição numa logica de
site
especific,
envolvendo os espaços exteriores da Fundação, como o jardim do
Centro de Arte e Cultura, como Sofia Pidel, Sofia Ataíde, Sebastião
Resende e o jardim das Casas Pintadas com Rebecca Moradalizadeh,
Marta Azparren, Fernando Aguiar, Silvestre Pestana, Jaap Blonk, M.
Lohrum, entre outros.
Centro
de Arte e Cultura Fundação Eugénio de Almeida
O
Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida é um
espaço vocacionado para a promoção de ações artísticas e
culturais orientado pelo compromisso social e por práticas
sustentáveis. Aposta numa programação multidisciplinar, formativa
e inclusiva, concretizada através de exposições, com um foco
especial na arte contemporânea, assim como na organização de
projetos performativos e de programas pedagógicos orientados para a
sensibilização e motivação dos diferentes públicos. Está
vocacionado para a promoção de ações artísticas e culturais, com
um foco especial na arte contemporânea, orientado pelo compromisso
social e por práticas, sustentáveis, que aposta numa programação
multidisciplinar, formativa e inclusiva. Está situado num conjunto
edificado de elevado valor patrimonial, histórico e artístico da
cidade de Évora, que agrega o antigo Palácio da Inquisição e as
Casas Pintadas.
Fundação
Eugénio de Almeida
A
Fundação Eugénio de Almeida é uma Instituição portuguesa de
direito privado e utilidade pública, sediada em Évora. Foi fundada
em 1963 pelo Eng.º Vasco Maria Eugénio de Almeida com a missão de
promover o desenvolvimento integrado da região de Évora numa
perspetiva de valorização do capital humano e da sustentabilidade,
através da criação de oportunidades culturais, educativas, sociais
e espirituais para as pessoas.
De
acordo com os fins que lhe são atribuídos pelos Estatutos, a
Fundação promove e dinamiza um conjunto integrado de iniciativas e
programas próprios, em exclusivo ou em parceria, e apoia projetos de
outras entidades públicas e privadas abrangendo um largo espectro de
atividades nos diferentes domínios do seu campo de atuação.
Na
prossecução da sua Missão, a Fundação articula meios e recursos
com diversos interlocutores nacionais e estrangeiros, por forma a
promover o desenvolvimento económico e um maior equilíbrio social
da sua comunidade, contribuindo para a redução das consequências
da interioridade e das assimetrias regionais.
O
crescente reforço da ligação da Fundação a essa mesma
comunidade, num espírito de partilha e de serviço, resulta de uma
estratégia que tem privilegiado a apresentação de projetos
marcados pela qualidade, excelência, inovação e potencial de
impacto positivo junto dos seus diversos destinatários.
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