CHINA: Terceira igreja cristã demolida pelas autoridades em menos de um mês


Depois da destruição, dois dias após o Natal, de uma igreja católica em Zhifang, diocese de Xian – que a Fundação AIS então noticiou –, os cristãos foram agora confrontados com a demolição de um grande templo evangélico na província de Shanxi.

Desta vez, para a demolição do edifício da Golden Lampstand Church, na província de Shanxi, as autoridades recorreram a cargas de dinamite e a retroescavadoras.

A demolição ocorreu no passado dia 9 de Janeiro, tendo sido mobilizados dezenas de agentes da polícia anti-motim que rodearam o templo, situado na cidade de Linfen, impedindo assim qualquer acção de protesto por parte dos fiéis.

Para a comunidade cristã chinesa, estas demolições fazem crescer o temor de que se estará perante uma onda de perseguição e de ataque à liberdade religiosa sem precedentes nos tempos recentes.

De facto, esta é a terceira demolição de uma igreja cristã na China em menos de um mês. Além da destruição da Golden Lampstand Church, e do templo católico em Zhifang, no final do ano, ocorreu algo de semelhante e também sensivelmente na mesma altura, no noroeste do país, em Xianjiang, com uma igreja protestante.

O sentimento de insegurança que se está a viver entre a comunidade cristã, acentuou-se também com a notícia do desaparecimento do Padre Lu Danhua, ligado à chamada Igreja Clandestina. De facto, desconhece-se o paradeiro deste sacerdote que pertence à diocese de Lishui, situada na província de Zhejiang, desde que as autoridades locais o convocaram poucos dias após o Natal.

O Padre Danhua foi ordenado pelo Bispo Peter Shao Zhumin, que estava em prisão domiciliária há vários meses – tal como a Fundação AIS também tem noticiado –, tendo, porém, sido libertado recentemente, desconhecendo-se se ambas as situações estão, ou não, de alguma forma relacionadas.

A libertação do prelado ocorre depois de uma forte mobilização por parte dos fiéis da sua diocese, que convocaram mesmo uma jornada de oração e jejum pela sua libertação.

O caso deste prelado foi mesmo considerado como “exemplo” pela Fundação AIS no último relatório sobre a perseguição aos cristãos no mundo. Nesse relatório, intitulado “Perseguidos e Esquecidos?” – referente à perseguição aos Cristãos nos últimos dois anos –, a Fundação AIS recordava, no final de 2017, que D. Peter Shao Zhumin devia estar a liderar a Diocese de Wenzhou depois de o Vaticano o ter nomeado como Bispo Coadjutor, com direito automático de sucessão.

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